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Saiba tudo sobre o Alasca e por que a última fronteira é um dos melhores lugares do mundo

Muitas pessoas sonham em conhecer cidades como Nova York, Roma, Londres e Paris. Mas certamente, poucas um dia chegaram a pensar em visitar qualquer lugar do maior e mais ermo estado dos Estados Unidos, conhecido como Alasca. Isso seria insano, imaginam. Aliás, o que vem à sua mente quando o assunto é o Alasca? Provavelmente frio, esquimós, iglus, frio, neve, ursos e mais frio. Bom, mesmo que tudo isso seja verdade, saiba que é indiscutivelmente pouco, para não dizer desrespeitoso, ao tentar definir um dos lugares mais impressionantes do mundo. Afinal, com um imponente e exuberante cenário, ladeado por esplendorosas geleiras e uma abundante vida selvagem, nada se compara ao Alasca.

O destino pode parecer, num primeiro momento, exótico demais, mas ao entender um pouco mais o local, fica claro que se há exagero, é apenas porque tudo ali é grandioso. E se para os brasileiros a rota começou a aparecer muito recentemente em guias de turismo, entre os americanos as gélidas paisagens do Alasca já fazem parte dos planos de férias há um bom tempo. Tanto que há pesquisas, inclusive do Departamento de Administração de Transportes Marítimos dos Estados Unidos, que, depois do Caribe, o segundo destino preferido entre os norte-americanos que pretendem fazer um cruzeiro é, pasmem, o Alasca. Por isso, esqueça por um momento as Ilhas Gregas, a costa da Itália e Ibiza. Chegou a hora de entrar numa fria.

Todos os passeios pelo Alasca incluem vistas maravilhosas que mesclam neve e natureza

Sem dúvida a melhor forma de chegar – e visitar – o Alasca é mesmo por mar. Não que seja a única, pois grandes companhias aéreas possuem voos regulares para Anchorage, a maior cidade do estado: Alaska Airlines, Delta, American Airlines, US Airways e United Airlines. E há pequenas companhias que fazem voos entre as cidades do Alasca, sendo a principal delas Ravn Alaska. Porém, além das enormes distâncias, o maior território americano só possui oito estradas pavimentadas. A capital Juneau, por exemplo, só tem acesso por ar ou mar. Terra? Nem pensar.

Ainda está achando que o Alasca é um lugar inóspito? Não se preocupe, os cerca de 40 navios de luxo que navegam nessa área no verão, transportando um terço de todos os visitantes do Alasca, vão eliminar isso rapidinho. Companhias como Royal Caribbean, Celebrity, Norwegian Cruise, Princess e Regent Seven Seas oferecem deslumbrantes rotas entre maio e setembro, única época do ano em que o clima permite esse tipo de turismo.

Alguns cruzeiros incluem uma visita a Geleira Hubbard, um imenso paredão de gelo azul translúcido

Lembrando que aquela história de que viajar de navio era programa típico de aposentados ficou no passado há muito tempo, tornando-se uma opção também para jovens (na dúvida, leia aqui). Com a grande oferta de navios no mundo, o preço médio da viagem caiu drasticamente e as companhias tem formado um público que prefere ver cenários naturais a monumentos históricos. Tanto que os preços de cruzeiros internacionais são, na maioria das vezes, mais em conta do que viajar pela costa do Brasil. Com R$ 3,5 mil, um casal consegue uma boa cabine para uma semana.

Com partidas de Seattle, nos Estados Unidos, Vancouver, no Canadá, e Seward, no próprio Alasca, em viagens de sete noites, os passageiros vão conferir a região conhecida como Inside Passage e apreciar fiordes, picos nevados e densas florestas se estendendo até onde a vista alcança. Sem falar na vida selvagem que é comum apenas por lá – como águias carecas, cabras montesas e ursos negros, além de baleias humpback, golfinhos, lontras do mar, papagaios do mar e leões-marinhos.

Mendenhall Glacier, a mais famosa geleira do Alasca, fica em Juneau
Cenário encontrado no Alasca é único, o que deixa o Estado entre as melhores viagens da vida
Locomotiva do mais famoso passeio de Skagway, White Pass Train Adventure

Roteiro

As pitorescas cidades visitadas pelos cruzeiros no Alasca, indiferente da companhia escolhida, não sofrem muitas alterações. A maior mudança no itinerário acontece entre os cruzeiros round trip (começa e termina no mesmo porto), normalmente saindo de Seattle ou Vancouver, e os one way (roteiros sul e norte). A viagem bate-volta é uma opção para quem deseja economizar, visto que o turista terá uma passagem aérea a menos para comprar – e os voos de Anchorage não são baratos. Ou mesmo optar por portos mais comuns. Recentemente, companhias como Norwegian e Regent, incluíram no cardápio opções de cruzeiros que começam em Vancouver, passam pelo Alasca, e o desembarque é em San Francisco. Interessante, não?

Vale lembrar também que nos cruzeiros round trip, dependendo da quantidade de dias escolhidos, os lugares visitados diminuem e há mais dias de navegação no percurso. Como os cruzeiros mais comuns são de sete noites, compensa guardar um pouco mais e aproveitar a viagem da melhor forma possível. Até porque, conforme está explicado em vários posts aqui, as cidades e excursões são muito diferentes e nenhum lugar é igual ao outro.

Nossa piloto em ação durante o passeio de helicóptero que leva até uma geleira

O que importa é que, na terra do sol da meia-noite, inusitado é pouco, e cada minuto extra de luz do dia serve para transformar a diversão em muito mais que um bronzeado. E em cada porto visitado, há inúmeros passeios disponíveis e totalmente diferentes entre si, desde as óbvias escaladas de montanhas e rafting até visitas à região da Corrida do Ouro e jornadas em trenós puxados por cães. Mas, entre todos, os passeios de helicópteros que levam turistas para o topo das geleiras tornam, sem dúvida, essa viagem em uma das melhores experiências que você jamais poderia imaginar ter um dia. Então acompanhe cada detalhe de como foi o nosso roteiro pelo Estado e o que fizemos em cada parada.

Passeios de helicóptero em geleiras estão entre os pontos altos da visita ao Alasca
Geleiras estão por toda parte no Alasca, só é preciso conseguir chegar até elas

Extras
Ir ao Alasca requer muito mais que um transporte – no caso, o cruzeiro. Para conhecer realmente as belezas selvagens desse estado, é preciso passar por uma difícil missão: escolher uma excursão (ou no máximo duas, dependendo da cidade)  numa lista enorme e variada, que te agrade e, assim, conseguir realmente aproveitar o porto da vez. As cidades onde o navio atraca são todas interessantes, mas minúsculas, portanto, precisam de pouco tempo para serem exploradas.

Mais do que isso, todas as atividades interessantes são longe ou de difícil acesso, dessa forma, as excursões se fazem necessárias. E mais um detalhe importantíssimo: elas são caras, e com o passar dos anos, os preços têm aumentado de forma assustadora. Mas, ir ao Alasca e não comprar passeios é como não ir, por isso, conte com gastos extras que, adianto, podem dobrar o custo da viagem. E justamente pelo cruzeiro só ficar interessante com excursões, muitas delas esgotam-se antes mesmo do navio zarpar, portanto, planeje-se. Confira algumas dicas em cada cidade visitada.

O porto maravilhoso de Seward, com todas as lanchas e iates e o cruzeiro que nos levou por esses 8 dias pelo Alasca ao fundo

 

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Mendenhall Glacier, mais famosa geleira do Alasca, fica em Juneau e é acessível a pé

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Autores: Fábio Trindade e Tiago Stachetti

Fábio Trindade

Jornalista e viajante profissional @fatrindade

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