Seward é onde todos os cruzeiros one way terminam (e outros começam, consequentemente). É a cidade mais próxima de Anchorage – local onde os turistas tomam o rumo de casa, caso não prolonguem as férias, já que é o maior aeroporto do Estado. Isso não quer dizer porém, que o passeio acabou, por alguns motivos que precisam ser bem pensados antes.
Seward é relativamente longe de Anchorage e há apenas três opções para chegar até lá. A primeira é um único trem, em um horário, que sai às 18h e chega às 22h15 (informações aqui). Ou seja, chega bem à noite, portanto, se a ideia é ir embora no mesmo dia, planeje-se com horários de voos.
A questão é que se trata de um trem panorâmico muito famoso na região, com vistas deslumbrantes. Tanto que há duas categorias no trem, uma com vagões totalmente panorâmicos (pelo valor de US$ 207) e outra em vagões com janelas comuns (US$ 105). Como ele parte somente no fim da tarde, você terá que ficar em Seward por um bom período de tempo (aproveite as ótimas opções de passeios ).
Há também um ônibus, às 10h30, com chegada em Anchorage às 13h30 (pelo que percebemos, ele espera os passageiros dos cruzeiros para sair). Claro que nem de longe o percurso é tão impressionante quanto o de trem, mas o preço é bem mais convidativo: US$ 65.
O que escolhemos?
Existe uma terceira opção, justamente a que escolhemos. Contratar um passeio direto pelo navio que inclua translado até Anchorage. Seward é ao lado do Kenai Fjords National Park, o que significa muita natureza, geleiras, fiordes e tudo mais que o Alasca pode oferecer. Além disso, o porto onde o navio atraca fica ao lado do encantador Alaska Sealife Center, uma espécie de aquário. Pensando nisso, escolhemos o tour Kenai Fjords Cruise with Lunch, Sealife Center and Airport Drop Off, com duração de 12 horas, incluindo o trajeto até Anchorage. Perfeito para nós, com mais um detalhe: você não precisa se preocupar com as malas, já que a empresa cuida disso para você.
Baleias
Fizemos uma boa escolha porque justamente o último dia foi o com tempo melhor. Céu azul, temperatura boa, paisagens ainda mais grandiosas, talvez por estar mais ao norte. O que marcou também foi a vida selvagem que encontramos. Se em Juneau nós tivemos que fazer um passeio específico para ver baleias, aqui elas apareceram sem o menor pudor.
E mais uma vez, assim como na capital do Alasca, tivemos muita sorte. As danadas estavam sem medo de se exibir, mostrando, mais do que o dorso, as belas caudas (como você pode ver na foto no alto deste texto). Leões-marinhos tomando sol nas rochas também fizeram a alegria dos turistas, assim como papagaios do mar, bichinhos que são uma graça só, e águias-carecas (várias). Mas o que mais surpreendeu (talvez porque já tivéssemos visto esses animais citados em outras cidades) foram as cabras-da-montanha e os alces.
Vida animal
As cabras, uma espécie que só existe na América do Norte, desafiam a gravidade, escalando montanhas verticais inacreditáveis. E elas correm que nem loucas, o que fez com que todas as fotos ficassem impublicáveis (infelizmente). Já os alces (ficamos esperando vê-los a viagem toda, porque eles estão por toda parte, foi o que lemos antes de ir) decidiram aparecer um dia antes da nossa despedida do Alasca, quando fazíamos o caminho de ônibus para Anchorage.
Apareceram dois, um menor, na mata que cerca o caminho, com direito a reduzir a velocidade do veículo para as pessoas verem. E outro bem na beira da estrada, praticamente no acostamento, enorme, com aqueles chifres imensos. Uma visão difícil de esquecer, e mais um dos inúmeros motivos que fizeram desta viagem uma das melhores de todas.
Para degustar
Dica final: Em algum momento da viagem, procure um restaurante típico para comer o King Crab, o caranguejo gigante que, fora do Alasca e do Chile, custa uma fortuna. Aliás, muitas vezes nem precisa ser um restaurante. O prato é tão tradicional por lá que tem até tendas que funcionam basicamente como Food Trucks vendendo a iguaria. Sim, você come um caranguejo gigante do mar bem ao estilo fast-food. Surreal. Ah, é delicioso, pode acreditar, apenas um pouco difícil de comer, já que você precisa quebrar as pernas dele para conseguir tirar a carne. Há “talheres” específicos para isso, mas dá um trabalhinho assim mesmo. Mas como dito, o prato é o mais típico da região, junto com o salmão fresco, e não dá para ir embora sem prová-lo.
*Todos os valores são referentes a maio/2017
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Autores: Fábio Trindade e Tiago Stachetti
Amei sua dicas. Muito esclarecedoras. Estou fazendo esse cruzeiro no próximo mês, sendo que o meu se extende até Tóquio.. Após Seward teremos 8 dias de navegação até o primeiro Porto no Japão. Me ajudou bastante na escolha dos passeios. Obrigada.
OLá, boa tarde. Adorei suas dicas! O transfer até Anchorage deixa o hóspede em qual local? Muito obrigada.