Não há nada mais eletrizante do que assistir um enorme e maciço pedaço de gelo vir em sua direção como se fosse abraçar o navio. Tão excitante quanto o estrondo feito por placas que se soltam desse gelo e despencam na água. Encontrar-se com a Geleira Hubbard, um dos glaciares mais ativos no Alasca e a maior “tidewater” da América do Norte, estando no próprio cruzeiro, impressiona. São poucos os roteiros que incluem uma visita ao local (cruzeiros round trip, por exemplo, nem pensar), por isso, os que separam um dia de navegação para ver essa imensa maravilha natural ganham pontos preciosos.
A visita é encarada como uma parada, apesar de ninguém sair do cruzeiro (estamos no meio do oceano, lembre-se). Então são feitos vários anúncios no som do navio sobre o horário exato que se chegará lá, tanto no dia anterior quando na manhã da visita. Claro que muita gente tenta reservar um lugar na frente do navio, conseguir o melhor ângulo para fotos e ver a aproximação do cruzeiro até aquela geleira IMENSA. Mas não se apresse: é quase impossível suportar o frio enquanto o navio navega até ela.
São quase 3,5 mil km2 de gelo azul translúcido e a sensação é que tudo isso está vindo diretamente ao rosto por ventos cortantes. Claro que o fato de não sabermos exatamente o que vai acontecer ali nos obriga a tentar ficar na área externa para ver o máximo possível, mas logo depois percebemos que o esforço não é necessário. Primeiro porque quando o navio diminui a velocidade, o frio é totalmente suportável. Detalhe: não ache que vai conseguir ficar exatamente na ponta do navio para fazer uma foto à la Titanic. O ponto estratégico é delimitado pela companhia marítima para o fotógrafo oficial do navio. E se quiser a foto exatamente ali, só pagando depois (mas não é necessário, acredite).
Mais do que isso, depois de ficar um tempo atracado, vem a melhor parte. Para contemplar todos os passageiros, não importa o lugar que estiverem, ao chegar em frente à geleira o navio fica girando no próprio eixo fazendo movimentações bem mais suaves. O tempo volta a ficar agradável e não conseguimos tirar os olhos daquele paredão de gelo. São quase duas horas ali, observando aquele cenário magnífico. Portanto, não tenha pressa, pegue um chocolate quente, escolha um bom lugar e aproveite a vista.
*Todos os valores são referentes a maio/2017
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Autores: Fábio Trindade e Tiago Stachetti