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Parceria entre Rock in Rio e rede hoteleira ainda conta com ingressos para o festival

Desde 2011, após um hiato de uma década, o Rock in Rio voltou com tudo à Cidade Maravilhosa com a promessa de realizar momentos memoráveis a cada dois anos. Vem cumprindo à risca o combinado e realiza em 2017 a 7ª edição  (a quarta consecutiva), trazendo nomes como Lady Gaga, The Who, Aerosmith, Maroon 5 e Bon Jovi.

Mais do que isso, a organização do maior festival de música brasileiro afirma pensar, na mesma proporção com que prepara seu line-up, no quanto o Rock in Rio fomenta o turismo na cidade, já que 46% do público da edição de 2015 era de fora do Estado do Rio.

Área de lazer do Grand Hyatt Rio de Janeiro, um dos hotéis oficiais do Rock in Rio 2017

Por isso, pela primeira vez o festival fechou uma parceria com redes hoteleiras, que permite que o público não só garanta a hospedagem pelo tempo que ficar na cidade, com descontos, como compre ingressos mesmo com a venda oficial esgotada.

Vamos lá: a comercialização das entradas do Rock in Rio começou no dia 6 de abril, pelo site ingresso.com, e todos os dias já estão esgotados. O que não quer dizer que não há mais como ir ao evento.

Pensando exclusivamente nos turistas de fora do Rio de Janeiro, quem ficou sem ingresso pode entrar no site oficial e comprar a entrada para o festival, desde que também reserve a hospedagem com um dos 16 hotéis selecionados. Eles têm cotas de entradas associadas às reservas.

Mais do que isso, o turista pode reservar quantos dias quiser no hotel, não necessariamente relacionando-os com os ingressos. Ou seja: pode reservar uma semana no local e comprar ingressos para um ou dois dias. Algo que, até então, nunca havia sido feito no Rock in Rio.

Quarto maravilhoso com vista para o mar do Grand Hyatt Rio de Janeiro

Esta iniciativa da organização é importante para os turistas por motivos simples. O festival recebe 85 mil pessoas por dia, o que significa que, para os sete dias de evento, são 595 mil ingressos disponíveis. O tíquete avulso custa R$ 455,00 (inteira) e existe a expectativa que o Rock in Rio 2017 seja formado principalmente por pessoas de fora, o que dá início aos planos do presidente do evento.

Porém, desse total, 120 mil foram comercializados em novembro do ano passado, em duas horas, com o Rock in Rio Card, uma espécie de ingresso antecipado que garantia ao comprador ir ao festival quando praticamente nenhuma atração tinha ainda sido anunciada. Desses 120 mil, 60% eram de fora do Estado, sendo a maioria de São Paulo.

Além disso, em 2015, quando a venda oficial abriu, 2,5 milhões de pessoas tentaram comprar os 595 mil ingressos, o que quer dizer que muita gente ficou de fora. Algo que, obviamente, aconteceu de novo, exatamente como indicavam as previsões da organização.

Vista do Windsor Marapendi, na Barra da Tijuca. Hotel oficial também vende ingresso para o festival

Detalhe: você só consegue comprar ingresso dessa forma se tiver a reserva nos hotéis para o dia que pretende ir ao festival. Por exemplo, muitas diárias já se esgotaram nos dois sábados do evento, ou seja, como não há mais quartos disponíveis com as redes oficiais, você também não consegue mais ingressos.

A única forma é tentar pacotes com a CVC, que também tem cotas de ingressos. Mas lá você precisa, na maioria das vezes, fechar tudo, o que quer dizer passagem, hotel, ingressos e provavelmente até translado.
Hospedagem

Os hotéis oficiais do Rock in Rio, mais do que oferecer pacotes com ingressos, também oferecem translado e descontos de 13% a 33% aos turistas que procurarem por esta opção, com valores de diárias, dentro dos quartos disponíveis na parceria, que vão de R$ 318 a R$ 893.

Como a nova Cidade do Rock vai ser montada exatamente no Parque Olímpico construído para os jogos do Rio de Janeiro realizados no ano passado, quase todos os estabelecimentos parceiros estão na Barra da Tijuca e são extremamente novos, com pouco mais de um ano. Afinal, o número de leitos na região, um legado da Olimpíada, subiu de menos de 5 mil para quase 12 mil.

Momento relax na sala da cobertura do Grand Hyatt Rio de Janeiro, na Barra. Hotel foi inaugurado há pouco mais de um ano

A reportagem esteve no Grand Hyatt Rio de Janeiro, por exemplo, exatamente no dia que o hotel comemorava um ano de abertura. O estabelecimento de luxo com mais de 400 quartos está com 14% de desconto no chamado Grand Room, com preços de R$ 650 a R$ 715 por dia.

Lagostim com nhoque de baroa do Canto Gastrô e Lounge, um dos três restaurantes do Grand Hyatt

Com spa, duas piscinas, academia e lindas vistas para o mar e para a Lagoa de Marapendi, o local ainda conta com três excelentes restaurantes, especializados em comida italiana, japonesa e brasileira. E mesmo que o local não seja escolhido para a hospedagem, vale tirar um dia para degustar um reforçado almoço por lá, principalmente no Canto Gastrô e Lounge.

Sugestões: camarões crocantes de entrada, lagostim com nhoque de baroa como prato principal e de sobremesa uma das melhores cocadas que já comi.

Com dois meses a mais de funcionamento em relação ao Grand Hyatt, o também novíssimo Windsor Marapendi está com 19% de desconto nos quartos selecionados, com diárias entre R$ 511 e R$ 562.

Com uma excelente localização, de frente para a praia e a 15 minutos de caminhada do BRT e da Estação Jardim Oceânico, a única de metrô da Barra, o hotel cinco estrelas atua com o conceito “lifestyle”, o que quer dizer uma decoração mais descolada e um ambiente mais descontraído.

Café da manhã delicioso do Windson Marapendi, na Barra. Hotel fechou parceria com o Rock in Rio

Confira snaps que fiz do quarto aqui e também aqui.

Uma tendência muito forte nos últimos anos na rede hoteleira, com estabelecimentos deixando de lado as decorações luxuosamente ostensivas e música clássica ao piano, para algo que deixe os hóspedes mais à vontade. E como se sabe, no Rio de Janeiro a informalidade está presente em todo lugar.

Mesmo assim, o conforto continua o mesmo. De padrão altíssimo e impecável. Aliás, excelente para uma noite de sono após ficar entre oito e doze horas circulando pela Cidade do Rock. O diferencial do hotel também é a piscina no 17º andar, que oferece uma ampla vista da orla da Barra, e o restaurante no lobby com esquema de bufê do café da manhã ao jantar, com pratos da culinária brasileira e especialidades internacionais.

As reservas dos hotéis com ingressos devem ser feitas pelo site oficial do evento: rockinrio.com

Fernanda Abreu, que tocará no palco Sunset no primeiro dia de Rock in Rio, foi a responsável por inaugurar a parceria do festival com o metrô

Outra novidade

A esperada linha de metrô entre a Zona Sul e a Barra da Tijuca virou uma realidade graças aos Jogos Olímpicos e, assim como aconteceu no ano passado durante o maior evento esportivo do mundo, o Rock in Rio também fechou uma parceria com o metrô carioca durante os dias de festival. Uma notícia que, sem dúvida, vai facilitar a vida de quem estiver no Rio, mas longe da Cidade do Rock.

Durante os sete dias de shows, o metrô vai funcionar 24 horas, sendo que a estação Jardim Oceânico (que dá acesso às linhas do BRT) funcionará para embarque durante toda a noite, assim como as demais estações das linhas 1, 2 e 4 para desembarque.

Vale lembrar que a única forma de se chegar à Cidade do Rock é de transporte público, já que o entorno estará fechado para trânsito normal — exatamente como na Olimpíada. O embarque em qualquer estação, sem ser a da Barra, funcionará nos horários normais.

A vista do novíssimo Grand Hyatt é incrível. Hotel deve, inclusive, hospedar atrações do Rock in Rio 2017

O BRT também funcionará em esquema especial, interligando o local do evento ao metrô. A organização do festival e do MetrôRio só não informaram ainda se haverá um bilhete diferenciado para o público do Rock in Rio, como na Olimpíada, mas que provavelmente seguirá os mesmos moldes adotados em 2016.

“O Rock in Rio é a cara do Rio de Janeiro e queremos tratar o público da melhor forma possível. Uma revolução começa com duas pessoas, uma simples ideia discutida por duas mentes diferentes. E o Rock in Rio surgiu assim. Não planejei nada e tudo aconteceu. E isso é um recado para os jovens empresários, porque não é fácil correr atrás de um sonho”, diz Roberto Medina, idealizador do festival, que bateu um papo com a gente a convite da organização do Rock in Rio.

“Mas há fatos que provam que eles podem acontecer. A gente é um povo que consegue fazer coisas que ninguém no mundo consegue, porque o brasileiro teve que viver na base da improvisação. Está na hora de acabar com isso”, finaliza.

Confira o nosso papo completo com Roberto Medina.

 

Autor: Fábio Trindade

Fábio Trindade

Jornalista e viajante profissional @fatrindade

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