Se Fernando de Noronha tem uma marca registrada, ela atende pelo nome de Baía do Sancho, que em 2017 foi eleita pela terceira vez a praia mais bonita do planeta. E basta pisar nela – ou mesmo ver fotos – para entender o motivo. O mais interessante é que há duas formas de se chegar lá. A mais comum, porém não a mais simples, é caminhar por uma plataforma de 320 metros de extensão feita com plástico reciclado até duas escadas verticais incrustadas na rocha, por onde só passa uma pessoa por vez. Como as estruturas são as mesmas para subir e descer, há grandes chances de ter que esperar numa fila para conseguir colocar os pés na areia.
Não indicadas a claustrofóbicos e pessoas com mobilidade reduzida, as escadas levam a uma outra que circunda a montanha, mais simples. São 208 degraus em todo o percurso, relativamente fáceis para descer, mas uma subida e tanto. A recompensa é estar em uma das praias mais exclusivas e impressionantes do planeta, praticamente deserta e merecedora de todos os títulos a ela concedidos. Por estar dentro do Parque Nacional Marinho, não há qualquer estrutura no local. Portanto, leve água, protetor solar, toalha e outros itens de primeira necessidade. Bebidas alcoólicas não são permitidas.
Na volta, pela mesma passarela que te leva às escadas, há outras duas trilhas para conhecer melhor a região. Uma delas leva ao mirante que tem a vista mais famosa de Fernando de Noronha: o Morro Dois Irmãos com a Baía dos Porcos. O local descortina a imagem que qualquer pessoa associa ao arquipélago, por isso reserve um tempo para apreciar e tirar muitas fotos. Aliás, assistir ao pôr do sol tendo o Dois Irmãos ao fundo é uma das paisagens mais marcantes da viagem. Os melhores lugares para apreciar o espetáculo são as praias do Boldró, do Americano e do Bode.
A outra trilha leva ao mirante da Baía dos Golfinhos, bom, nem é preciso explicar o nome, certo? Este é o local onde esses animais incríveis normalmente ficam antes de sair para se alimentar, o que acontece normalmente de manhã (bem cedo, antes das 7h). Mas, se você tiver sorte, pode vê-los em qualquer hora do dia. Chegamos no mirante por volta das 15h30 e vimos mais de 300. Há sempre um pesquisador no local para tirar dúvidas, e muitos binóculos, pois eles passam bem longe, acompanhando os barcos normalmente. Uma lindeza.
Falando em barco
A segunda e mais prazerosa maneira de chegar à Baía do Sancho é pelo mar. Imperdíveis, os passeios de barco circulam entre o Porto e a Ponta da Sapata, passando pelas principais praias do mar de dentro (voltadas para o continente). E um dos pontos altos é justamente a hora que o barco passa pela Baía dos Golfinhos, pois também é possível ver as centenas de animais, adultos e filhotes, porém de perto. Eles acompanham a embarcação durante boa parte do percurso e muitos completam o espetáculo com saltos e rotações dignos de suspiros.
Uma das opções de passeio inclui almoço a bordo (R$ 230). A duração é de cinco horas, duas delas na Baía do Sancho – a primeira hora é para praticar mergulho livre e a outra para a refeição preparada na hora. Uma delícia, só para adiantar. Realmente uma experiência muito agradável. Sem contar que os visitantes podem estender o passeio em meia hora se quiserem ver como funciona a prancha subaquática, ou pranchinha (a prática depende das condições do mar).
Pelo custo adicional de R$ 50, pagos sempre no barco e nunca na reserva, o turista com máscara e snorkel é rebocado por um barco menor enquanto segura uma pequena placa transparente. A ideia é observar o fundo do mar pela superfície, mas a prancha pode ser inclinada para baixo, levando o praticante a até sete metros de profundidade. Só não afunde muito rápido que a dor no ouvido é forte. A vista é clara, bonita e a sorte vai ditar o que será apreciado. Tartarugas normalmente dão o ar da graça e, como a atividade acontece no Porto, também é possível ver o naufrágio de lá.
O passeio de barco sem almoço é mais rápido e custa cerca de R$ 150, enquanto a pranchinha sozinha sai por R$ 130, em média. Os preços variam de acordo com a operadora.
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Autores: Fábio Trindade e Tiago Stachetti