Internet na Europa: Testamos o chip da EasySim4U e o resultado foi muito diferente do esperado

Usar a internet no exterior tem se tornado para muitas pessoas quase tão importante quanto reservar um quarto de hotel. Muitos turistas não dispensam acesso às redes sociais e e-mails ou mesmo adoram ter a possibilidade de consultar aplicativos de mapas para se localizarem em momentos que estão perdidos. E, convenhamos, isso realmente ajuda muito.

Leia a nossa crítica sobre internet nos Estados Unidos aqui.

A grande questão é: qual a melhor forma de conseguir internet durante uma viagem internacional? E a resposta é simples: não existe necessariamente uma melhor opção, pois alternativas não faltam e cada uma atende às necessidades do turista de formas diferentes.

Mesmo assim, vamos explicar com detalhes a opção que usamos na nossa última viagem à Europa e porque é preciso atenção na hora de escolhê-la. Afinal, como dito, opções não faltam. Tanto que é possível liberar a internet pela própria operadora do Brasil (a opção mais cara), comprar chips de operadoras internacionais quando se chega ao país visitado ou mesmo optar só por usar redes wifi públicas, do hotel ou em restaurantes.

E nós testamos uma quarta alternativa, que há tempos planejávamos usar para saber se realmente era o milagre que se vende: um chip da EasySim4U, uma revendedora autorizada da T-Mobile que promete internet ilimitada em 140 países com um mesmo SIM Card.

A proposta é simples: você adquire um chip da empresa ainda no Brasil, recebe ele na sua casa, coloca no celular durante o voo e já desembarca no país visitado usando internet ilimitada pelos dias contratados (paga-se por dia). E por qualquer lugar que você passe que tenha cobertura (lembrando, eles prometem 140 países), a internet continua funcionando normalmente. Como isso é possível? Eles têm parcerias com operadoras locais para fornecer o serviço. E como a T-Mobile é uma empresa americana, se o uso for nos Estados Unidos, o cliente ainda tem direito a ligações e mensagens de celular.

Bom, isso é exatamente o que a gente precisava nessa viagem, pois passaríamos por cinco países da Europa, várias cidades, e em alguns países nós entraríamos mais de uma vez. E ter internet ilimitada em todas as cidades visitadas, com um mesmo chip, seria quase um sonho.

Tudo ficou ainda melhor porque conseguimos uma promoção em uma revista de turismo, onde se ganhava um chip da EasySim4U por 30 dias e só era preciso pagar pelos dias extras (se fosse o caso). Ou seja, havia chegado o momento de confiar nesta alternativa para ter internet durante os 30 dias da nossa viagem. E foi o que fizemos.

PROBLEMAS

A questão é que os problemas começaram antes mesmo do embarque.

Queríamos acesso para dois aparelhos, e como a promoção estava associada com a revista, deveríamos receber os códigos por e-mail para solicitar os chips. Um código chegou, outro não. Mandamos três e-mails para a editora e nada, nem resposta. Só quando entramos em contato pelas redes sociais da revista que recebemos o segundo código. Uma dorzinha de cabeça desnecessária, mas superada.

Próximo passo: fazer o pedido pelo site da EasySim4U. Quando se faz uma compra para entregar o cartão no Brasil, existe a entrega normal, que dura 10 dias úteis, e a entrega rápida, de até cinco dias úteis (uma opção que está suspensa temporariamente segundo o site oficial, consultado em julho de 2017). Como o chip foi um “brinde”, a única opção oferecida era a primeira, o que não foi problema, pois solicitamos com quase um mês antes da viagem.

Sorte a nossa que tínhamos tempo. Mesmo sendo um prazo longo, ele não foi cumprido. Assim que os 10 dias ÚTEIS se passaram (com direito a um feriado prolongado de quatro dias no meio, sem falar dos fins de semana), mandamos e-mail informando que não havíamos recebido os chips. No mesmo dia responderam “Seu pedido já foi enviado”, mas sem informar qual a previsão de chegada.

Esperamos mais dois dias, e nada de chip. Mandamos um novo e-mail. Não houve retorno. Esperamos mais três dias e, de novo, nada. Enviamos um novo e-mail exigindo respostas, pois os dois contatos anteriores não tinham sido respondidos. No dia seguinte, responderam que o chip tinha sido postado e passaram um link para acompanhar a entrega – ou seja, o e-mail de cinco dias antes dizendo que o pedido já tinha sido enviado não era verdadeiro. Enfim, no dia seguinte os chips chegaram, 23 dias corridos depois do pedido (e sim, vem nos 3 tamanhos, normal, micro e nano, e você destaca qual vai usar).

Após o recebimento, eles disseram que “até dois dias antes da data de ativação informada lhe enviaremos um e-mail de boas vindas com seu número americano e informações de uso”. O e-mail de fato chegou, mas com o período da franquia contratada ERRADO. Nossos chips eram para 30 dias e os dois foram ativamos para apenas DOIS dias.

Foi então que começou a nova novela. Foram precisamos vários novos e-mails e contatos telefônicos com o escritório no Rio de Janeiro, em um atendimento precário, até o período ser regularizado NA VÉSPERA da nossa viagem. Bom, resolvido, foi só embarcar e testar a internet.

O USO

Como prometido, realmente tínhamos internet. A questão é que a velocidade na Europa é 2G. Isso mesmo, nem 3G, nem 4G… 2G. O que isso significa? Que a internet oferecida é horrível – pelo menos na Europa, lembrando. Nos Estados Unidos, o site oferece 4G ilimitado.

A viagem começou pela França, onde experimentamos a pior conexão. Para se ter ideia, não era possível postar um vídeo no Stories do Instagram de 10 segundos. Isso mesmo, os Stories, tão simples, não eram carregados de tão lenta que era a internet. Fotos até iam, mas vídeos, nem por decreto.

O WhatsApp funcionou bem (para conversas e até envio de áudios e fotos), mas baixar vídeos ou áudios muito longos, nem pensar. Google Maps? Praticamente não funcionou, só com muita paciência. Facebook e e-mail iam razoável, assim como outras redes mais simples, mas qualquer coisa que envolvesse mais dados, uploads e downloads, era só estresse e bateria que ia embora tentando carregar os conteúdos.

Quando seguimos para a Itália, a conexão melhorou um pouco. Alguns Stories até carregavam depois de deixar o celular e o Instagram abertos por MUITO tempo. Sério, muitos minutos para o Instagram carregar um ou dois vídeos de 10 segundos. Acessar sites também era uma tarefa bem difícil, tanto que só fazíamos em casos de pura necessidade.

Usamos o chip também na Espanha (com funcionamento parecido com o da Itália) e na Holanda (um pouco melhor). E passamos por uma situação curiosa. Quando chegamos em Gibraltar, um território que pertence ao Reino Unido, recebemos mensagens informando que o local não fazia parte do nosso pacote e que qualquer dado usado seria cobrado, como mostra a imagem a seguir.

Um detalhe importante é que você não precisa usar a operadora que o celular carrega automaticamente. No caso do iPhone, basta acessar a função operadora em Ajustes, tirar a opção automática e ver quais opções estão disponíveis. Como Gibraltar fica no sul da Espanha (e tem só 5,8 km2), bastou desabilitar a rede do local e selecionar uma operadora espanhola. Deu certo. A internet continuou uma porcaria, mas pelo menos era possível atualizar as redes para vocês, caros leitores, e usar o WhatsApp. Aliás, veja em seguida uma foto de Gibraltar.

A ÚNICA VANTAGEM

Qual o veredito? Que essa alternativa não vale a pena se a sua viagem contemplar um único país – ou dois, que seja – ou mesmo se o tempo em cada país for muito grande, fazendo poucas trocas. Nesses casos, a opção que mais nos agrada, o melhor custo-benefício, ainda é comprar um chip de uma operadora local para cada nação visitada.

Nestes casos, o preço pode até não ser muito atrativo, mas a internet é espetacular (em praticamente todos os casos que testamos, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos e Canadá). Aliás, só o fato de ter internet já compensa, porque a oferecida pela EasySim4U nem deveria se chamar assim. Ela funciona igual quando o celular está em E (Edge) no Brasil. Ou seja… no passo da tartaruga!

A única vantagem do chip da EasySim4U é a comodidade. Seria praticamente impossível passar por cinco países e comprar um chip em cada um deles. Sairia uma fortuna. E ainda tinha a questão logística, de ficar fazendo trocas de chips no celular a todo momento.

Além de passar por cinco países, em alguns deles entraríamos mais de uma vez, já que parte da viagem seria de cruzeiro. Exemplo: Começamos a viagem por Paris, na França, e depois seguimos para a Itália, onde ficamos vários dias até pegar o cruzeiro. Porém, um dos destinos do transatlântico era Nice, também na França.

Então se a gente comprasse internet de alguma operadora francesa, teríamos que usar o chip em Paris, trocar na Itália, tirar novamente em Nice e colocar o mesmo usado em Paris para depois trocar de novo para o resto da viagem – que ainda passaria por Espanha, Reino Unido e Holanda. Muito trabalhoso.

Não ter que fazer isso e concentrar tudo num único SIM Card foi uma mão na roda. Fizemos a troca no avião da ida e não importava onde estávamos, sempre tínhamos aquela internet mirrada no celular. Só trocamos pelo chip do Brasil já no voo de volta.

Para não dizer que esta foi a única vantagem, o fato de termos ganhado estes chips mediante assinaturas de uma revista de turismo também valeu, pois não gastamos nada extra com isso. Felizmente não gastamos, porque pagar por esta internet de péssima qualidade seria muito frustrante. Aliás, os preços não são baixos: começam em US$ 45 por cinco dias e chegam a US$ 70 para 30 dias. E ainda se paga taxa de roaming internacional para habilitá-lo na Europa.

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Também testamos o chip da EasySIM4U nos Estados Unidos e contamos como foi a experiência.

Para consultar todos os preços, acesse aqui.

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Autores: Fábio Trindade e Tiago Stachetti