Florença é uma das cidades mais incríveis da Itália, um verdadeiro museu a céu aberto. Não que o local não conte com museus propriamente ditos – falando nisso, as galerias de Florença estão entre as nossas favoritas no mundo, como você verá a seguir. Mas cada canto do centro histórico é riquíssimo em belas praças, prédios antigos e esculturas bem conservadas espalhadas por todos os lugares. Um espetáculo, para resumir.
Apesar disso, os principais pontos turísticos são concentrados e com certeza você irá conhecer esta cidade única a pé. E para aqueles que estiverem de carro na cidade, muita atenção: não é permitido circular com veículos em praticamente toda a área central. Apenas veículos especiais tem licença para isso – ou se seu hotel estiver nesses lugares. Neste caso, você tem que pedir autorização com antecedência. Do contrário, se bobear, pode receber uma multa – sim, ela chega na sua casa depois.
DIA 1:
Se você procurou alguma vez na vida qualquer informação sobre Florença na internet, em guias turísticos, jornais, revistas, viu filmes do Tom Hanks, enfim, qualquer lugar que fale sobre o turismo na cidade, certamente você já sabe qual ponto turístico é cartão postal daqui, certo? Pois é justamente pelo esplendoroso Duomo de Florença que você deve começar seu passeio. Mais especificamente pela Piazza del Duomo.
DUOMO: Esta é a Basílica di Santa Maria del Fiore, a Catedral de Florença, mas todos a chamam simplesmente de Duomo. O prédio com fachada de mármore é magnífico, tão grande que é difícil até enquadrar em uma foto quando se está na praça. Por outro lado, nas colinas, ele se destaca na paisagem da cidade. A cúpula gigante, com incríveis 107 metros de altura, pode ser avistada de quase toda Florença.
A entrada no Duomo é grátis. E Florença é uma das cidades mais visitadas na Europa. Resultado, as filas são enormes para conseguir ver a catedral por dentro. Mesmo assim, anda rápido e mesmo que demorasse, é obrigatório entrar neste lugar. É possível alugar audioguia por € 2.50.
Ah, dá para subir no topo do Duomo também. E a única forma é encarar os 463 degraus. O esforço, claro, vale. Aprecie de perto os afrescos de Giorgio Vasari e a vista MARAVILHOSA de Florença. Visite também o Museo dell’Opera del Duomo, bem atrás da igreja.
CAMPANANILE DE GIOTTO: Este Campanário com 84 metros de altura e fachada igual à da catedral guarda o sino da basílica. É uma obra do famoso artista Giotto, que na época (acredite se quiser) era apenas o mestre de obras. E se você não subiu no Duomo, então vale muito a pena subir aqui para apreciar a vista espetacular da cidade lá de cima.
BATTISTERO DI SAN GIOVANNI: Em frente à Catedral está o Batistério de São João, um dos mais incríveis que já visitamos. O exterior tem formato octogonal e assim como a catedral é todo revestido em mármore. Possui três portas de bronze encomendadas para comemorar o fim de uma peste que assolou a cidade.
São elas: Porta Sul, que conta as histórias da vida de São João Batista, Porta Norte, com as histórias do Novo Testamento, e Porta Leste, que de tão bela ficou conhecida como a Porta do Paraíso. É a mais famosa de todas, dividida em dez painéis que representam as histórias do Antigo Testamento. Estes painéis são réplicas, os originais estão expostos no Museu dell’Opera del Duomo.
A seguir, saia pela Via Ricasoli, do lado esquerdo da catedral, caminhe até a Galleria dell’Accademia e prepare-se para a segunda sensação do dia: conhecer Davi, de Michelangelo
GALLERIA DELL’ACCADEMIA: Além de abrigar obras de vários artistas famosos, como a Madonna del Mare de Botticelli, lá você verá uma importante coleção de Michelangelo. Mas, não querendo menosprezar a importante coleção que a galeria abriga, nada se compara com a espetacular estátua de 5,2 metros de altura de Davi (aquele que matou o gigante Golias).
Prepare-se para ver uma das esculturas mais famosas já feitas e se arrepiar diante dela. Só de lembrar, isso já acontece. A sensação é que este imenso bloco de mármore tem vida devido a tamanha perfeição. As veias no braço de Davi, a expressão, os detalhes de cada músculo, o cabelo, enfim… é algo quase inexplicável.
Fotografar lá dentro é proibido, existem vários seguranças que ficam de olho nos turistas e qualquer tentativa descoberta lhe renderá uma bela confusão. Quando estivemos lá, vimos a segurança chamar uma pessoa de lado e obrigá-la a deletar todas as fotos que ela havia tirado. Bem constrangedor! Por outro lado, praticamente TODO MUNDO tenta registrar a estátua e muitas vezes eles fazem vista grossa. Aí é com você.
Nem é preciso dizer que os turistas fazem filas absurdas para entrar no museu, portanto fica a nossa DICA: planeje-se e compre os ingressos antecipadamente pelo site oficial da galeria. Os ingressos custam € 12 (mais uma taxa de serviço online de € 6.50) e os antecipados se esgotam rapidamente.
Saindo da Galleria dell’Academia vá para a Piazza San Marco bem ao lado. Esta é uma área universitária da cidade e a praça geralmente está lotada de estudantes. Visite a Basílica e o Convento de São Marcos.
Saia da praça pela Via Cesare Battisti e depois de caminhar cerca de 200 metros chegue à Piazza della Santissima Annunziata.
BASÍLICA DELLA SANTISSIMA ANNUNZIATA: É um prédio relativamente simples, repleto de arcos sustentados por pilares. O interior é escuro mas bastante decorado, e existe uma curiosidade com relação a esta igreja: a capela no lado esquerdo à entrada é a que recebe mais devotos na cidade.
É nela que se encontra uma escultura da Virgem Maria que dizem ter sido iniciada por um monge e terminada por um anjo. É tradição que recém-casados venham trazer flores para a Virgem pedindo um casamento longo e duradouro. Se este for o seu caso, não custa seguir a tradição, né?!
Termine o dia com um belo jantar. Como em toda a Itália, o gostoso é andar pelas ruas e escolher um restaurante/cantina aleatório, aquele que mais lhe agradar. Dificilmente será ruim. Pelo menos para nós, que AMAMOS as massas e pizzas italianas, sempre deu muito certo.
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DIA 2:
Hoje o dia começa pela praça mais emblemática de Florença, recheada de atrações e onde a vida social da cidade acontece.
PIAZZA DELLA SIGNORIA: Nos tempos antigos esta praça funcionava como um parlamento, e as badaladas do imenso sino do palácio, que também eram usadas para anunciar enchentes, incêndios ou invasões inimigas, convocavam os cidadãos para as reuniões com os governantes. Hoje em dia é uma das áreas mais frequentadas por moradores e turistas.
Bem em frente ao palácio existe uma réplica da estátua de Davi de Michelangelo, que foi colocada ali quando a original foi levada para a Galleria dell’Accademia. Ela também é bonita, mas não causa o mesmo impacto que a original (até porque há outras estátuas imensas juntas).
À esquerda do palácio está a Fonte de Netuno, o Deus romano do mar, cercado por ninfas marinhas. À direita está a Loggia dei Lanzi (Pórtico da Senhoria), uma espécie de terraço repleto de esculturas famosas. Divirta-se e compre um gelato (sorvete) para se refrescar enquanto passeia por ali.
PALAZZO VECCHIO: O palácio está entre os maiores símbolos de Florença, junto com o Duomo e o Davi. Sempre foi o centro do poder de Florença e até hoje é a sede da prefeitura do município. Abriga um belíssimo museu e a subida à torre de 95 metros é recompensada por uma vista panorâmica sem igual da cidade – e do Duomo.
Além das inúmeras esculturas que você vê do lado de fora, o interior reserva centenas de obras dignas de serem admiradas. Mais uma vez, compensa comprar o ingresso antes no site oficial para evitar filas. Há diversos tipos, que incluem mostras, acervo permanente, subida na torre, etc. Os valores começam em € 8 (para quem tem entre 18 e 25 anos) e chegam a € 18. Menores de 18 anos não pagam.
MERCATO NUOVO: Saia da praça pela Via Calimaruzza para visitar este simpático mercado de artesanato, roupas e produtos de couro. Antigamente era conhecido como Mercado de Palha, pois começou vendendo os famosos chapéus de palha de Florença.
Ao cruzá-lo você chega na Fontana del Porcellino, conhecida pela escultura de um javali. E aqui há uma tradição: Não vá embora sem esfregar o nariz do simpático animal, pois, dizem, isso lhe trará sorte e garantirá retorno à cidade (porque não tentar, não é?)
Sorte garantida, siga pela rua lateral, a Via Calimala, que muda de nome para Via Por Santa Maria. A partir dela você chega às margens do Rio Arno e ao lugar mais agradável de Florença.
PONTE VECCHIO: A cidade possui inúmeras pontes sobre o Rio Arno, mas a Ponte Vecchio é a mais antiga de todas e a única que sobreviveu à guerra. Diz a lenda que os alemães, após serem derrotados, destruíam tudo o que podiam, mas não resistiram à beleza da ponte e resolveram preservá-la.
Obviamente, a ideia é tirar muitas fotos da ponte com o rio (como você pode ver na foto que abre este roteiro) e, depois, cruzá-la para ver as várias joalherias instaladas sobre ela. Siga sempre reto e chegue ao mais belo palácio de Florença.
PALAZZO PITTI: Já serviu de residência para a família real e também para outras famílias importantes da cidade. Composto por centenas de cômodos, abriga diversos museus. Também é possível visitar alguns aposentos reais. Os jardins reúnem inúmeras fontes e esculturas que são verdadeiras obras-primas.
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DIA 3:
Comece o dia em uma praça relativamente simples, mas que guarda um grande tesouro, uma das maiores igrejas da cidade, de grande importância histórica e repleta de belas capelas.
BASÍLICA DI SANTA CROCE: Sabe um daqueles lugares que você para em frente e pensa: será que devo entrar? Não pense, entre! A igreja é imensa, com mais de dezesseis capelas decoradas do chão até o teto, além da principal. O chão e as paredes são repletos de túmulos esculpidos em mármore.
Personagens ilustres estão enterrados nela, como Michelangelo, Maquiavel, Dante Alighieri e Galileu Galilei. Temos que confessar que visitar este lugar é bastante emocionante. Além das tumbas, a igreja também possui belas obras de Giotto, que decorou as duas capelas do lado direito do altar. Ao lado da igreja fica a Capela Pazzi que também merece ser visitada.
Terminado o passeio, vire à esquerda na Via dei Benci (que fica atrás da estátua na praça) e caminhe até chegar ao Rio Arno. Vire à direita e siga até a Galleria degli Uffizi, a mais visitada de Florença.
GALLERIA DEGLI UFFIZI: Este edifício tem quase 500 anos de idade e é um dos museus mais importantes do mundo. Pois é, saiba que este acervo é um dos mais celebrados do planeta, com direito ao quadro que nós, que voz escrevemos, mais temos memória na vida: O Nascimento de Vênus, de Botticelli. Sim, é a pintura com a deusa Vênus emergindo do mar dentro da concha (arrepiados, só de lembrar).
OK, a Mona Lisa é famosa, O Grito é célebre, a Moça com Brinco de Pérola idem, assim como A Noite Estrelada, A Última Ceia, A Ronda Noturna e O Beijo. Mas O Nascimento de Vênus é aquele que nos acompanha desde as primeiras aulas de arte. É algo surreal, uma energia única, e vê-lo, ao vivo, é uma emoção ímpar (de todos as obras citadas, só não vimos ainda O Grito).
Continuando, a Uffizi tem muito mais a oferecer, como a Virgem de Todos os Santos, de Giotto, O Batismo de Cristo, A Anunciação e A Adoração dos Magos, de Leonardo da Vinci, obras imperdíveis de Michelangelo, Caravaggio, entre outros.
Assim como acontece em tantos outros pontos turísticos de grande interesse, aqui também você deve reservar a visita antecipadamente para não perder horas nas filas, ou até mesmo não conseguir entrar. Visite o site oficial da galeria e garanta o seu ingresso – preços a partir de € 9.99 (mais € 5.99 de taxa de reserva).
Ao sair da Galleria Uffizi caminhe margeando o rio até chegar à Ponte Vecchio. Então vire à direita e suba a Via Por Santa Maria, que depois se torna a Via Calimala até chegar à Piazza della Repubblica. Não se assuste se o caminho lhe parecer familiar, você vai passar novamente pela lateral do Mercato Nuovo, pois como dissemos no início, Florença é uma cidade com Centro Histórico rico, mas bastante compacto.
PIAZZA DELLA REPUBBLICA: Nos tempos antigos esta elegante praça era o fórum da cidade e depois passou a ser um mercado de alimentos. Desde então era considerada o centro da cidade e esta importância continua até os dias de hoje. A diferença agora é que a praça é repleta de restaurantes e cafés – alguns, bem caros. Almoçamos em dois restaurantes aqui, um com preço acessível e o outro muito caro. Portanto, olhe o cardápio antes.
Vários prédios medievais foram demolidos quando o lugar passou por uma renovação. A ideia era conseguir mais espaço. Para compensar, um belíssimo arco foi erguido em um dos lados. Bom, então a ideia é seguir em direção a ele, cruzá-lo e chegar na Via Degli Strozzi a caminho da Piazza di Santa Maria Novella. Aliás, esta é uma ótima região para se hospedar. Nosso hotel ficava praticamente no arco, com direito a uma placa ao lado dele: Pensione Pendini.
PALAZZO STROZZI: Na terceira quadra do lado esquerdo, após passar o arco, não tem como não notar o gigantesco edifício do Palazzo Strozzi. Entre para visitar a bela galeria de arte e o agradável pátio central. Saboreie um delicioso café. Saindo dali caminhe mais um pouco pela Via del Sole e chegue ao próximo destino.
BASÍLICA DI SANTA MARIA NOVELLA: Com certeza esta praça vai conquistar você ao primeiro olhar. E suas primeiras impressões serão confirmadas após conhecer o interior da igreja, com lindas capelas e repleta de obras de arte das paredes ao teto. Não deixe de visitar o belo pátio ao lado.
Saia da praça pela Via dei Banchi, vire a primeira rua à esquerda, a Via dei Giglio e chegue na Piazza di San Lorenzo.
BASÍLICA DI SAN LORENZO: Esta magnífica construção é uma das igrejas mais antigas da cidade e nos tempos antigos era a Catedral de Florença. Em seu estonteante interior existem belas capelas, obras de arte preciosas e túmulos de grandes personagens do passado.
Você também deve ter notado que está a apenas 200 metros da Piazza del Duomo, então siga para lá, pois não há um local melhor para encerrar mais um dia de passeio nesta cativante cidade. E, novamente, escolha um lugar agradável para jantar.
DIA 4:
A visita não estaria completa sem conhecer a famosa cidade de Pisa. Para quem está em Florença, um bate-volta até lá é imperdível. Para saber como fazer, leia nosso roteiro de como conhecer Pisa em 1 dia.
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Autores: Fábio Trindade e Tiago Stachetti
