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Roteiro de viagem Holanda: Amsterdam em 5 dias

A gente sempre diz: basta começar o planejamento para conhecer uma nova cidade para surgir a primeira pergunta: quanto tempo precisamos? Em um lugar fantástico como Amsterdam, é óbvio que quanto mais, melhor. Entretanto, Amsterdam não é uma cidade muito grande e as principais atrações estão concentradas, facilitando a visita e possibilitando passeios pelos arredores.

Este roteiro de 5 dias é composto por três dias em Amsterdam, um bate-volta muito bacana para ver os famosos Moinhos de Vento em Zaanse Schans, e um dia extra para conhecer duas importantes (e maravilhosas) cidades da Holanda que ficam muito próximas da capital holandesa: Haia e Leiden.

DIA 1:

Nada melhor do que começar de uma forma típica e divertida fazendo um passeio de barco pelos canais. Além de curtir as belas paisagens você vai ter a chance de se situar na cidade, localizar vários pontos turísticos que irá visitar mais adiante e entrar no clima de um lugar onde barcos e bicicletas reinam no quesito transporte.

Inúmeros barcos circulam pelos canais de Amsterdam

Existem passeios de diferentes durações, inclusive para o dia todo (com almoço, para alguns vilarejos vizinhos, etc), mas procure um que ocupe NO MÁXIMO o período da manhã. Há opções de apenas 1 hora (custa em média 16 euros a hora, mas procure cupons de desconto no hotel). Pegue um TRAM (os famosos bondes) e vá para a Estação Central. Vários barcos partem de lá. Outra opção é pegá-los perto da praça Leidseplein (os TRAMs 1,2,5,7 e 10 passam por lá) e é nela que você deve terminar o tour.

 

DICA: Aconselhamos fazer o passeio só no começo da viagem, quando ainda não se conhece Amsterdam. Você ganha um fone (com áudio em português) que vai explicando os lugares por onde passa. Mas depois de um tempo, o tour fica extremamente monótono (para não dizer um porre). Veja o nosso primeiro dia em Amsterdam aqui:

O Rijksmuseum (Museu Nacional) é o mais importante da Holanda

Saindo do barco na Leidsplein, caminhe até a Museumplein (Praça dos Museus) a apenas 1 quilômetro de distância. Esta é uma região onde se concentram vários museus da cidade e a ideia é visitar dois deles.

Comece pelo Rijksmuseum (Museu Nacional), considerado o Louvre de Amsterdam e maior do país. A visita pode durar de duas a três horas, dependendo do seu interesse por história. O museu expõe pinturas de artistas holandeses e estrangeiros, mas não deixe de visitar os dois maiores destaques: “A Ronda Noturna” de Rembrandt e “A Leiteira” de Vermeer. Para não perder tempo em filas na entrada, compre seu ingresso antecipadamente pelo site www.rijksmuseum.nl.

 

A famosa placa I Amsterdam

Em frente ao Rijksmuseum fica o famoso letreiro I Amsterdam, pausa obrigatória para fotos. O local está sempre lotado, e conseguir uma foto sozinho é missão quase impossível! As pessoas adoram subir nas letras também, o que rende fotos muito curiosas.

Já clicou bastante? Então vá para o Van Gogh Museum bem ali ao lado. Muito interessante, pois além de contar toda a biografia e trajetória do artista, possui também obras de artistas que serviram de inspiração para o pintor e de outros que se inspiraram nele para realizar os trabalhos. Apesar de não ser muito grande, reserve de 1 a 2 horas para a visita. Mas atenção: Compre seus ingressos antecipadamente pelo site www.vangoghmuseum.nl. A fila para quem não tem ingresso é IMENSA.

Monumento em homenagem a Rembrandt na praça que leva o nome do artista

Para encerrar o dia vá à Rembrandtplein, a praça mais agradável da cidade e extremamente movimentada, porque conta com vários bares, restaurantes e os famosos coffee shops de Amsterdam (onde as pessoas se esbaldam com a liberação da maconha).

Ela tem esse nome porque há um monumento homenageando Rembrandt bem no centro da praça, além de outras estátuas, em tamanho real, que representam o famoso quadro do artista, A Ronda Noturna (você deve ter visto no Rijksmuseum). No verão muitos artistas se apresentam ao vivo por ali, e no inverno o pessoal costuma frequentar os locais fechados. Acredite, há muita gente a qualquer hora do dia e o local, caso tenha tempo, merece várias passadas.

DIA 2:

A primeira visita do dia é sem dúvida um dos lugares mais importantes e concorridos de Amsterdam, a Casa de Anne Frank. E já fica aqui a nossa dica: compre os ingressos com 2 ou 3 meses de antecedência pelo site www.annefrank.org/pt. Atenção: Isso é dica para a vida.

A fila para entrar na Casa de Anne Frank para quem não tem ingresso

Com um pouco mais de um mês os ingressos já se esgotam. A casa funciona assim: de manhã, até às 15h30, só visita quem agendou horário, ou seja, comprou o ingresso. Depois das 15h30, abre para o público em geral que NÃO tem ingresso. E acredite: a fila começa a se formar por volta das 13h e você ficará NO MÍNIMO duas horas no sol (ou chuva) em pé esperando. Com os ingressos em mãos, você demora no máximo 10 minutos para entrar.

Trata-se da casa que serviu como esconderijo para a menina judia (sem dúvida você já ouviu falar no livro O Diário de Anne Frank) e toda a família por dois longos anos durante a segunda guerra mundial, até serem descobertos pelos nazistas. Foi aqui que Anne Frank escreveu seu famoso diário.

A torre da Westerkerk com seus 85 metros de altura. Igreja fica ao lado da Casa de Anne Frank

A moradia acabou se tornando um museu e a visita de mais ou menos duas horas (com guia em Português) consiste em um passeio pelos cômodos (inclusive os secretos), onde você verá alguns objetos expostos para os visitantes e depoimentos dos sobreviventes (na família, só o pai sobreviveu, mas há também alguns amigos que ajudaram a manter o esconderijo). Você também verá o diário original, que está protegido por uma redoma de vidro.

Saindo de lá, visite a igreja bem ao lado, a Westerkerk. Com a bela torre de 85 metros, é a mais alta da cidade e a maior igreja protestante da Holanda. É aqui que estão os restos mortais de Rembrandt. Atenção: pode parecer estranho, mas ela não abre aos domingos.

A Dam Square bem no centro de Amsterdam

Continuando, caminhe pela Raadhuisstrat até chegar à principal praça da cidade, a Dam Square. Como dito no primeiro dia, a praça mais legal de Amsterdam é a Rembrandtplein, mas a Dam é a mais famosa. Além de bares, restaurantes e muitas lojas, aqui você vai encontrar vários pontos de interesse descritos a seguir:

Nieuwe Kerk: Apesar do nome “Igreja Nova”, ela foi construída no século XV quando a Oude Kerk (Igreja Velha) passou por reformas. O interior não é tão bonito quanto o da primeira, mas vale a visita.

Museu de Cera Madame Tussauds: É o museu que segue os padrões de todos aqueles espalhados pelo mundo, com réplicas de personalidades mundiais feitas de cera. Claro que ele também é muito visitado porque a riqueza de detalhes dos bonecos é realmente impressionante e por várias vezes você vai ter a sensação de estar perto da pessoa em carne e osso.

Detalhes da parte interna do Palácio Real

Koninklijk Paleis (Palácio Real): Construído há cerca de 350 anos, uma visita a ele não pode ficar fora da programação. A família Real não mora lá (eles moram em Haia, um bate-volta imperdível de Amsterdam), mas o palácio é usado como casa de hóspedes para visitas do Estado. Você pode comprar ingressos no local, mas se preferir uma visita guiada é melhor comprar pela internet com pelo menos 2 semanas de antecedência.

Conheça a região e depois siga pela Damrak, uma das avenidas mais famosas e movimentadas de Amsterdam, que vai desde a Dam Square até a Estação Central (e seu prédio lindo). Nem é preciso falar sobre a diversidade de comércio que você vai encontrar por lá, então aproveite para comprar lembrancinhas típicas ou roupas mesmo. Há lojas como C&A, Primark, H&M, entre outras.

Oude Kerk, a Igreja Velha

Mas não se afaste muito da Dam Square porque dela é só caminhar 500 metros pela Warmoesstraat para chegar na Oude Kerk (Igreja Velha). Os maiores destaques do enorme edifício redondo em estilo medieval são os vitrais e o belo órgão. Também é possível subir na torre e apreciar uma linda vista da cidade.

Essa igreja está localizada literalmente no famoso Red Light District, bairro onde estão as “vitrines” com prostitutas vestindo apenas uma lingerie e esperando pelos clientes, seja noite ou seja dia. Sim, de um lado você vê as vitrines com as meninas, do outro a igreja. É bem bizarro.

Há dois museus no bairro: o Museu da Prostituição e o Museu do Sexo. Eles ficam abertos até meia-noite no verão. Mas as pessoas vão mesmo na região para ver as famosas vitrines. DICA: Não é permitido fotografar ou filmar as mulheres.

O mundialmente conhecido Red Light District de Amsterdam

Por mais que você queira registrar a visita, não arrisque, pois você pode arrumar uma mega confusão com os cafetões – e com elas mesmas. Vimos algumas abrirem as portas de vidro e tirarem satisfação com a pessoa que tentava fazer foto.

Aqui é caminhar pelas duas ruas principais, que acompanham o canal, e suas ruelas. Mas se for à noite (a melhor forma de ver o lugar) a região da Igreja Velha não é aconselhável. O local fica deprimente, porque não tem iluminação nenhuma (é um breu, com exceção das luzes vermelhas das vitrines), e cheio de gente estranha pelos cantos. E há um detalhe: enquanto nas vias principais ficam as mulheres, digamos, jovens, magras, bonitas, etc, perto da Igreja ficam as que fogem totalmente desses padrões. Então se vê tudo que não há nas demais ruas, principalmente senhoras realmente muito idosas, acima do peso e travestis.

Mas não encerre o dia ainda. Depois de passar de dia na Leidseplein, agora é hora de voltar à noite. O local é rico em nightlife, com muitos bares, restaures e baladas. Imperdível tirar um tempo para comer aqui. Tem desde churrascarias (argentinas, não brasileiras), a restaurantes mexicanos e pizzarias.

DIA 3:

As bicicletas estão por todos os lados em Amsterdam

Vamos começar o dia com o programa mais típico de Amsterdam: um passeio de bicicleta. Você pode alugar uma bike nos muitos pontos espalhados pela cidade (normalmente 10 euros pelo dia), ou fazer os tours guiados (mais aconselhável, porque o trânsito de bicicletas na cidade é uma loucura.

Existem algumas opções de passeios (normalmente começam às 10h30, mas há também às 13h30), até alguns que vão para outras cidades. Informações aqui. DICA: O de duas horas custa € 23,50 e passa por muitos lugares da cidade, com algumas paradas para o guia dar informações preciosas do local, como a Estação Central, Museu Nacional, Red Light District, etc.

 

O prédio da Heineken Experience

Depois, hora de algo que pode soar um pouco inusitado: a Heineken Experience. Mesmo que você não seja fã de cerveja vai achar o museu interativo bastante interessante. Você vai acompanhar todo o processo de fabricação da bebida, conhecer um pouco da história e até degustar algumas delas. O itinerário da visita é pré-estabelecido e dura em média 2 horas, então siga o fluxo. A cervejaria está situada perto da Marie Heinekenplein, você pode ir caminhando, mas se preferir o TRAM pode pegar os números 16, 24 ou 25. Fica também a uma curta distância a pé da Museumplein.

Vondelpark é o parque mais popular da Holanda

Saindo de lá caminhe até o Vondelpark, uma grande área verde e o parque mais popular da cidade. Além de curtir a natureza você pode aproveitar as várias atrações que o parque oferece, como por exemplo teatro ao ar livre, jardim botânico, lojas para aluguel de skates e patins, bares e restaurantes. Aproveite e faça uma gostosa refeição.

Reserve um tempo para um passeio a pé pela cidade também. Acredite, caminhar por Amsterdam talvez seja a coisa mais agradável de se fazer. Admire as construções, fotografe os canais cada vez que você atravessar uma ponte, entre nas lojas que despertarem seu interesse. O bairro onde está a Casa da Anne Frank é um primor, mas não importa por onde você ande, o charme está para todos os lados.

 

Os moinhos de vento de Zaanse Schans

DIA 4:

Como dito lá no começo do post, o quarto dia é dedicado a um passeio fora de Amsterdam – mas muito pertinho: Zaanse Schans, uma típica vila holandesa onde a grande atração é ver os famosos Moinhos de Vento. Por isso, para conferir este roteiro de um dia, basta clicar aqui. Ele ainda inclui um programa noturno em Amsterdam na volta, para ver o pôr do sol, que sem dúvida você adorar. Então aproveite o dia.

Quadro Moça com Brinco de Pérola está exposto em Haia, no museu Mauritshuis

DIA 5:

O último dia em Amsterdam pede também um bate-volta, porque eles são fundamentais para se ter uma ideia melhor de como é a Holanda. E acredite: o país tem muito mais a oferecer do que as atrações na capital holandesa. Para encerrar a viagem, a sugestão é pegar um trem para conhecer Leiden e Haia (esta, a capital política dos Países Baixos).
Veja então como é este bate-volta de um dia por lá e boa viagem 😊 Ou confira nosso vídeo na cidade e divirta-se com.

 

Veja roteiros com menos dias em Amsterdam aqui.

Mais reportagens da Holanda você encontra aqui.

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Autores: Fábio Trindade e Tiago Stachetti

Fábio Trindade

Jornalista e viajante profissional @fatrindade

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