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Como é o turismo na Rússia? Tudo o que você precisa saber e curiosidades sobre o maior país do mundo

A Copa do Mundo FIFA transformou o turismo na Rússia antes mesmo de a bola começar a rolar. Muitos turistas que jamais se imaginaram no maior país do planeta o colocaram no radar nos últimos tempos. Afinal, agora há muito mais informações disponíveis sobre a Rússia e as pessoas passaram a entender a grandiosidade de um dos países mais polêmicos e ricos do mundo – além de ser um país que faz parte de dois continentes: a Europa e a Ásia. E, acredite: A Rússia, sem dúvida, é um dos lugares mais imponentes e interessantes que a gente já esteve na vida. Confira as nossas aventuras na Rússia aqui:

Mas antes de entrar em um avião para lá, é importante saber como as coisas funcionam na Rússia porque a vida do turista lá não é tão simples ou acessível quanto em outros lugares. E mesmo quem não tem vontade de pisar na terra do Vladimir Putin mas ama viajar, é muito interessante saber essas curiosidades. Então se prepara que a gente vai contar como foi a nossa experiência no país.

VISTO

Desembarcar na Rússia é a coisa mais fácil para nós, brasileiros. A GENTE NÃO PRECISA DE VISTO PARA ENTRAR NO PAÍS. Desde 2010, para viagens de até 90 dias, o visto deixou de ser uma exigência entre os países – ou seja, os russos também podem vir ao Brasil sem visto. E isso é muito raro.

São pouquíssimos países que não precisam de visto para andar livremente na Rússia. A Europa inteira, por exemplo, que está ali do ladinho (e tem até parte da Rússia que é na Europa) precisa de visto para entrar no país. Tanto que quem chega de cruzeiro em São Petersburgo (uma parada bem comum dos cruzeiros pela Escandinávia) e tem passaporte europeu, só pode sair no navio se comprar uma excursão.

Pois é, só vai andar no ônibus contratado pela companhia de cruzeiro, ir nas lojas que eles querem, entrar nas atrações que fazem parte do passeio e só. Não pode ficar livre pelo país porque você não tem autorização, só ganha uma permissão coletiva para fazer a excursão que comprou.

Brasileiros, por outro lado, descem do navio sem qualquer impedimento, passam pela imigração, ganham o carimbo e vão para onde quiserem, do jeito que quiserem. Muito maravilhoso, né? Então se você tem dupla cidadania e costuma viajar com o passaporte europeu ou americano porque facilita muito para entrar em outros países, na Rússia você o deixa em casa e leva o bom e velho passaporte brasileiro mesmo.

Cruzeiros são uma ótima forma de visitar São Petersburgo

COMO CHEGAR + SEGURO VIAGEM

Outra coisa: seguro viagem não é obrigatório na Rússia para viagens inferiores a 90 dias. Mas cuidado, se você fizer uma escala em um país onde é obrigatório, como os europeus, antes de chegar na Rússia, você é obrigado a ter. Até porque não existe voo direto entre o Brasil e a Rússia, então você sem dúvida vai fazer uma conexão. Além da Europa, dá para ir pelo Japão, China, Oriente Médio e até de trem pela Transiberiana (ferrovia que atravessa a Mongólia, China e Rússia).

Claro que é sempre bom ter seguro viagem porque se acontecer alguma coisa num lugar que você não fala o idioma, não conhece nada e não entende direito como tudo funciona, a melhor coisa é ter um seguro.

IDIOMA

O assunto que é uma das maiores curiosidades, algo que todo mundo quer saber sobre a Rússia é: eu vou conseguir me virar só com inglês? A resposta é: provavelmente não. Mesmo com a Copa do Mundo, basicamente ninguém fala inglês por lá – e isso em qualquer lugar que você passar (o Viaje Por Conta retornou à Rússia agora, um mês antes da Copa, e nada mudou). Apenas alguns jovens sabem um pouco e olhe lá.

Só para reforçar, aqui a gente só viaja por conta própria, então vamos falar sobre experiências assim, de quem decide entrar num avião para explorar um lugar sem o auxílio de agências de turismo. E nesses casos, se você acha que sabendo inglês vai conseguir circular facilmente no país e conhecer os principais pontos turísticos, é melhor você já repensar sua viagem.

Isso é algo sério. No aeroporto, nas estações de metrô, nas casas de câmbio, nos restaurantes, nas lojas de lembrancinhas, NINGUÉM FALA INGLÊS. E sabe o que é pior, eles não se importam com isso e não vão fazer nada para te ajudar. Ao contrário, eles falam com você em russo como se você tivesse entendendo tudo e ainda ficam impacientes e gritam por você ficar olhando para eles com aquela cara de ponto de interrogação.

Veja como são os espetáculos de balé na Rússia

Então a dica para você fazer a sua viagem é: se prepare muito antes, para já chegar lá com mapas, saber exatamente aonde quer ir e como chegar nos lugares (seja de metrô, barco, ônibus, enfim). Para isso, tenha os nomes das estações dos transportes públicos e dos pontos turísticos anotados em russo. Placas em inglês são raras, principalmente em nomes de ruas, e o cirílico, que é o alfabeto russo, é tão estranho para nós quanto o chinês e o japonês.

Ou seja, monte seu roteiro, pesquise o que fazer, faça uma cola em russo e, pronto, já dá para começar a brincadeira. E, claro, tenha internet. Isso é fundamental, assim, qualquer dúvida, use o Google Tradutor e mapas para se locomover. Compre um chip lá ou já saia com um do Brasil. Isso faz toda a diferença. Nem no Hermitage, em São Petersburgo, um dos museus mais famosos do mundo, eles falam inglês.

Escadaria central do museu Hermitage. Nem aqui as pessoas falam inglês

XENOFOBIA

Outra coisa muito importante que a gente ouve falar de lá e é verdade: xenofobia. Meu amigo, minha amiga, isso pulsa por todos os lados. O turista é extremamente maltratado. Fica muito claro que eles não gostam de pessoas de fora. Na verdade, a impressão é que eles não gostam de pessoas e destratam todo mundo. Mas os turistas parecem ser um estorvo, porque como a gente não fala russo, a gente importuna com perguntas que eles não querem responder.

Nas barraquinhas de lembrancinhas no centro de São Petersburgo, ou seja, feitas para turistas, eles não querem contato com as pessoas. Tudo tem preço, assim você não precisa perguntar, mas se quer tirar alguma dúvida, pedir outro produto, ou qualquer coisa, eles não respondem. Primeiro porque não entendem, e ficam apontando para a etiqueta de preço (porque acham que você quer saber o preço). E pronto, é isso. Você escolhe, entrega o dinheiro e vaza. Nada de papo.

Enormes filas se formam em frente ao ícone milagroso de Nossa Senhora de Kazan

Não é todo mundo que é assim, obviamente. Quando a gente estudou em NY, nós ficamos melhores amigos de um russo, o Vlad, que já até nos visitou aqui no Brasil. Melhor pessoa, superdivertido e simpático. Muito gente boa, assim como a namorada dele, que nós conhecemos aqui no Brasil.

Já na Rússia, as pessoas te empurram, em qualquer lugar. Na escada rolante, para entrar no metrô, no museu, na rua, elas vão passando e tirando qualquer um do caminho. Simples assim.

POR QUE IR?

Se você leu tudo isso e está pensando: nossa, jamais vou colocar meus pés na Rússia, não é bem assim. As coisas no maior país do mundo não poderiam ser menos que espetaculares. Tudo é lindo demais, extremamente grandioso, luxuoso, único. O que se vê na Rússia dificilmente se vê em outro lugar do mundo.

Os palácios, os museus, as igrejas, tudo é fantástico. O Museu Hermitage é um espetáculo à parte (leia sobre a nossa visita aqui). Os cômodos conseguem ostentar mais que as próprias obras de arte. A Catedral do Sangue Derramado sem dúvida está entre as mais bonitas da vida. E o Peterhof, que é chamado de Versalhes da Rússia, chega a ser difícil de explicar. Leia aqui tudo sobre esse. Saiba que é elegante e encantador.

Peterhof, o Palácio de Pedro, o Grande, fica a 30km do centro de São Petersburgo

MOEDA RUSSA: COMO FUNCIONA E QUAL LEVAR

Vamos falar então do Rublo Russo, a moeda oficial da Rússia. Atualmente, 1 rublo sai em média entre 5 e 6 centavos de real. Ou seja, lá eles trabalham com as cifras grandes (centenas e milhares). Por exemplo, a entrada no Museu Hermitage custa 700 rublos. Para saber o valor em real, é só multiplicar por 5 centavos, o que dá cerca de 35 reais. Mas para você não precisar ficar fazendo essa conta o tempo todo, fique na cabeça que 200 rublos são 10 reais. E vai fazendo a conta assim.

Por conta da Copa do Mundo, as casas de câmbio começaram a vender rublo aqui no Brasil. Mas pela nossa experiência, não compensa. O melhor mesmo é levar Euro e trocar lá. Segundo uma pesquisa da MeuCambio.com.br, a diferença pode passar de 10% de economia se trocar euros lá.

É FRIO MESMO?

Se você acha que a língua, a moeda e a distância já são muita coisa para assimilar, não se esqueça da temperatura. Faz muito frio na Rússia inclusive no verão. Nós visitamos o país no fim de junho, começo de julho, ou seja, quando as temperaturas normalmente são as mais altas, e essas foram as roupas que nós usamos:

O frio é forte nessa época, mais que o nosso inverno aqui. Chegamos a pegar temperaturas próximas de zero em pleno verão. E mesmo com sol, uma blusa é essencial para andar pela cidade. Então prepare-se para fazer uma mala pesada. Pela nossa experiência, pelo frio que estava no verão, ir em outra época do ano deve ser inviável (no inverno, pode chegar a -40 graus célsius).

Por que visitar São Petersburgo?

E no verão acontece um fenômeno único: o sol da meia-noite. Por conta da posição da Terra, entre junho e julho, a Rússia vive o que eles chamam de Noites Brancas porque o sol se põe pouco abaixo da linha do horizonte, deixando a madrugada com cara de entardecer. Não escurece.

E é um momento muito esperado pela população, já que no inverno é o oposto: praticamente não há dia. Então durante as noites brancas, acontecem diversos programas culturais pela madrugada, o que deixa tudo muito festivo. Uma ótima oportunidade para festejar e, claro, fazer o que os russos mais gostam: beber.

GOSTA DE VODKA?

Museu da Vodka em Moscou; bebida é uma tradição no país

É fato que a população é famosa por beber tanto para espantar o frio. Isso é algo bem comum no país. Inclusive existe o Museu da Vodka em Moscou. E uma curiosidade é que os russos só bebem vodka de uma vez, nunca bebericando, e apenas fria, não gelada.

Já em relação as comidas, experiente o strogonoff, obviamente, já que esse prato tão famoso aqui no Brasil foi criado na Rússia. Tem em todo lugar.

NÃO PAGUE MICO

Uma dica de etiqueta bem séria: não se entra em restaurante ou bar com casaco. Sim, o frio é pesado e você provavelmente estará com um, mas os lugares chegam a proibir a entrada no salão se você estiver de casaco. Os ambientes são aquecidos e pensados justamente para você esquecer o frio lá de fora. Então sempre há um lugar para deixar logo na entrada – faça isso e não pague mico.

Essas foram as nossas dicas. Se você quiser saber tudo o que a gente fez na Rússia e o nosso roteiro, aqui já tem tudo bem detalhado. É só clicar aqui para conferir.

Boa viagem 🙂

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Autores: Fábio Trindade e Tiago Stachetti

Fábio Trindade

Jornalista e viajante profissional @fatrindade

6 thoughts on “Como é o turismo na Rússia? Tudo o que você precisa saber e curiosidades sobre o maior país do mundo

  • Exatamente assim. Fui xingada, sabe-se lá com que palavras, porque pretendi comprar uma cerveja num supermercado após 10h da noite. A mulher gritava comigo, já vermelha de raiva e eu não sabia o que fazer. Quando começou a apontar o relógio deduzi que havia passado o horário de comprar bebida alcoólica. A Rússia é um país enigmático , encantador e interessantíssimo inclusive por estas diferenças culturais

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    • Nossa, que história doida. Realmente é difícil se adaptar, mas as belezas são muitas.

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  • Quero falar aqui que sua matéria me foi de muita ajuda e informação valiosa por ser de muita qualidade e bom conhecimento. São poucos sites que tem esse apreço pelo leitor. OBG

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    • Adorei o relato de vcs. Vcs são muito bem humorados. Eu, meu marido e mais um casal de amigos estamos pensando em ir p a Russia em Set/20, chegar por San Petesbourgo, pegar um cruzeiro pelo rio e terminar em Moscou. Este cruzeiro pode ser comprado no Brasil, 11 dias e é espanhol. Quero saber de vcs se setembro é uma época boa p se viajar por lá. E a opinião de vcs qto ao cruzeiro pelo rio fazendo circuito do ouro. Obrigado pela atenção e seus relatos. Abços

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