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Roteiro de viagem na República Tcheca: Praga em 1 dia

Conhecer a capital da República Tcheca em apenas um dia é uma missão impossível. Mesmo assim, dá para ver o que há de melhor nessa cidade encantadora, considerada uma das três mais bonitas da Europa. Portanto, gaste bem a sola do sapato em Praga e divirta-se neste destino que se tornou um dos mais procurados pelos turistas.

Aliás, você sabia que Praga também é chamada de “Cidade Mágica”, “Cidade das Cem Torres”, “Cidade de Ouro” ou “Paris do Leste”. Pois é, a pequena e encantadora capital conquista os visitantes com as ruas estreitas de paralelepípedo contrastando com largas avenidas movimentadas.

Ponte Carlos e o Castelo de Praga

As partes que mais encantam não estão em museus, mas sim pelas ruas – boa parte fechada ao trânsito, o que é uma maravilha. O circuito turístico compreende as regiões de Staré Mesto (Cidade Velha), Nové Mesto (Cidade Nova), Malá Strana (Cidade Baixa), Josefov (Bairro Judeu) e o Distrito do Castelo.

As muitas pontes de Praga que ligam as diferentes partes da cidade

DICA: O dinheiro da República Tcheca é a Coroa Tcheca. (Não se assuste com o tamanho dos números. Para saber a proporção em reais, divida por 15 – cotação de outubro/2017). Existem várias casas de câmbio espalhadas pela cidade, mas para a troca você precisará ter Euros ou Dólares. Há quem prefira fazer saques diretamente nos caixas eletrônicos, o que é bastante útil e prático, mas as tarifas são normalmente maiores.

DICA 2: As melhores opções de restaurantes estão em Mala Strana (Cidade Pequena – a área histórica mais importante), mas os preços são mais elevados devido ao grande fluxo de turistas. Um pouco mais afastado, em Nové Mesto (Cidade Nova), você encontrará lugares mais voltados para o público local, com cardápios variados e preços que tendem a ser um pouco mais baixos. E há também muitas barraquinhas de doces. Perca-se nelas.

Antes de mais nada, saiba que você vai ter que começar seu dia bem cedo, ou não vai conseguir ver muita coisa. Isso porque, como dito, a cidade é dividida em regiões e a ideia é, de manhã, ver a Cidade Velha e um pouco do Bairro Judeu e, à tarde, seguir para o Castelo de Praga. E se der tempo, ainda dar uma passada, à noite, em Nové Mesto. Ou seja, muita coisa. Então bora começar.

Staré Mesto e o Centro Histórico são os lugares mais charmosos de Praga. O ideal é você se hospedar por aqui, já que vai ter só um dia. Esta região é bastante pitoresca, pois existem belíssimas construções antigas que foram transformadas em restaurantes, lojas e hotéis. Comece pela Praça da República.

Caso você não esteja hospedado nas proximidades, pegue a linha B-Amarela do metrô e desembarque na estação Namestí Republiky. A primeira visita é na Casa Municipal, o antigo Palácio Real, que foi cenário da histórica proclamação da independência da Tchecoslováquia. Atualmente abriga a principal sala de concertos da cidade, além de diversas salas de conferências, cafés e restaurantes. Entre para uma breve visita, e se quiser mais detalhes pode fazer um tour guiado.

Saindo dali, cruze a Torre de Pólvora (belíssima, você não tem como errar) bem ao lado e caminhe pela rua Celetná até chegar ao ponto turístico mais emblemático de Staré Mesto: a Praça da Cidade Velha.

Esta praça é o coração da cidade, e com certeza você vai cruzá-la várias vezes durante sua estada. Ao chegar lá não tem como evitar, a primeira coisa que chama a atenção é o antigo Prédio da Prefeitura, cuja torre de 69 metros abriga o Relógio Astronômico, uma verdadeira obra de arte em movimento.

De hora em hora dezenas de turistas se aglomeram por ali para assistir ao show do Desfile dos Apóstolos e outras figuras alegóricas. Ao final fique atento, pois um corneteiro faz uma apresentação bem lá no alto para encerrar o espetáculo. É interessante e emblemático, mas nada que vá mudar sua vida.

Ache um tempo para subir na torre para ter uma vista completa da praça. Isso sim é de tirar o fôlego, porque você terá uma bela vista da impressionante Igreja Nossa Senhora de Tyn, que está do outro lado da praça. Símbolo da capital da República Tcheca, a poderosa construção parece saltar do meio dos outros telhados.

Praticamente todas as fotos que divulgam Praga são da Igreja (quando não são dela, são do Castelo de Praga, que você vai conhecer à tarde). Portanto, tire as suas fotos e, ao descer da torre, caminhe direto para a Igreja para conhecê-la também por dentro.

Igreja São Nicolau de Staré Mesto

Por falar em igreja, uma visita a São Nicolau de Staré Mesto é imperdível, e ela também está bem ali na praça exibindo a fachada monumental. Aliás, é outro marco da cidade – e você já percebeu como muita coisa está concentrada aqui, certo? Então dá para fazer tudo isso sem gastar muito tempo.

Ao sair da igreja, siga pela rua lateral, a Parizká, para conhecer Josefov, o Bairro Judeu, importante não só pelo tamanho, mas também pelo interesse cultural e histórico. Nele há o cemitério judeu mais antigo do mundo, assim como diversas sinagogas. Sim, estamos naquelas cidades onde visitar o cemitério é muito importante para entender a cidade e tudo o que ela representa.

Torre no início da Ponte Carlos

Nem todas as sinagogas são abertas ao público e você não terá tempo de ver todas. As seis mais importantes desta região são: Sinagoga Alta, Sinagoga Velha-Nova (a mais antiga em funcionamento na Europa e ainda realiza funções litúrgicas; no parque ao lado está a estátua de Moisés), Sinagoga Maisel e Sinagoga Klaus, todas elas na rua Maiselova. A Sinagoga Pinkas (dentro do Cemitério Judeu) e Sinagoga Espanhola (para nós a mais bela de todas, com um interior ricamente decorado) estão situadas na rua Siroká.

Sugestão: Visite o cemitério e a Sinagoga Espanhola.

Caminhe até a rua Krizovnická que margeia o Rio Moldava e vá té a Ponte Carlos. Com aproximadamente 500 metros de comprimento, é a mais antiga da Praga e liga a Cidade Velha à Cidade Baixa. A ponte é de uso exclusivo para pedestres e conta com uma torre em cada extremidade.

Atravesse-a e siga para o CASTELO DE PRAGA. Sem dúvida você o viu das margens do rio, imponente no alto da colina (poético, não?), mas agora é hora de caminhar até ele e apreciar esta construção magnífica.

Detalhe do Castelo de Praga com a Catedral de São Vito em destaque

Como dito, ele está em uma posição bem elevada, riscando a paisagem de Praga de forma magistral, como se observasse a cidade – obviamente, sua posição estratégica foi muito útil no passado. O castelo abriga a sede do governo, é um complexo enorme, com 70 mil metros quadrados e repleto de atrações interessantes.

A fome era tanta que só lembramos da foto depois de umas garfadas no U Dvou Sester

A ladeira não é simples, mas vale a pena o esforço. No caminho, pare para almoçar. Nós comemos no restaurante U Dvou Sester, bem ao lado da Igreja de São Galo (St. Gallen). Muito gostoso.

Falando em igreja, quando estiver subindo, você vai ver a Igreja de São Nicolau de Malá Strana, mas é melhor deixar para visitá-la na volta caso tenha tempo. O importante é ver o castelo. Siga pela Rua Nerudova e chegue na ladeira que dá acesso ao complexo. Também é possível ir com os bondes 22 ou 91, mas acredite, você vai perder muita coisa interessante, e cá entre nós, nem é tão longe assim!

Chegando ao castelo cruze a Porta dos Gigantes, um belo portal adornado por querubins, uma águia e um leão. Observe as duas guaritas listradas e logo após está o pátio onde ao meio-dia acontece a exibição da Troca da Guarda.

Porta dos Gigantes, entrada do Castelo de Praga

Ao fundo fica a Porta Matías, facilmente identificada pelas duas hastes pontiagudas no alto. Na área externa a circulação é livre. Mas as atrações mais interessantes estão dentro do castelo, e são pagas. Procure pela bilheteria e adquira seu ingresso. Veja informações sobre isso no site oficial, pois há vários tipos de circuitos para as visitas e preços diferentes. Nós escolhemos o A, que custa CZK 350. Mas tínhamos um dia inteiro. Escolha o Circuito B (o C, apesar de menor, não inclui as principais atrações, como explicamos a seguir).

Circuito A: É o mais longo e inclui Catedral de São Vito, Palácio Antigo, Basílica de St. George, Rua de Ouro, Torre Daliborka, Torre de Pólvora e Palácio Rosenberg.

Circuito B: É o considerado médio e inclui Catedral de São Vito, Palácio Antigo, Basílica de St. George, Rua de Ouro e Torre Daliborka.

Circuito C: O menor deles, inclui entrada ao Tesouro da Catedral e Galeria de Pinturas do Castelo. Escolha este circuito somente se você tiver bem pouco tempo, pois não permite visitar nenhuma das atrações mais importantes.

Catedral de São Vito: Sem dúvida a atração mais emblemática do local, é o prédio que podemos ver lá da cidade quando procuramos pelo castelo. Suntuosa por fora e por dentro, com belos vitrais. Não deixe de ver as capelas laterais (a de São Venceslau é a mais bela na nossa opinião), o painel de madeira entalhada, o túmulo de São João Nepomuceno, o Oratório Real e o Portal Dourado (antiga entrada da Catedral).

Palácio Antigo: É a residência dos monarcas desde a fundação do castelo. A partir do Oratório Real na Catedral de São Vito existe uma passagem coberta que leva diretamente ao Palácio. Alguns pontos marcantes são:

– Salão Vladislau: Onde ocorriam torneios, festas e banquetes. Até hoje é usado em cerimônias especiais e é aqui que acontece a eleição do Presidente da República Tcheca.

– Escadaria dos Cavaleiros: por onde os homens entravam no salão montados em seus cavalos.

– Salão da Dieta: Aposento do trono real.

– Chancelaria da Boêmia: Antigo gabinete real.

A Basílica de St. George com sua fachada vermelha
Uma das muitas casinhas da Rua de Ouro

Basílica de St. George: Com a fachada vermelho-terra, aqui estão os restos mortais da Santa Ludmilla. Não se deixe enganar pela aparência relativamente simples, pois o interior é um verdadeiro tesouro. Observe no alto da escadaria a placa em alto relevo que representa São Jorge matando o dragão.

Rua de Ouro: Esta rua repleta de casas coloridas é uma das partes mais visitadas do castelo. Aqui moravam os trabalhadores do local, entre eles um grande número de ourives, o que deu origem ao nome. Não se assuste com o tamanho das casas e das portas, lembre-se que antigamente as pessoas eram bem mais baixas do que hoje. Muitas das casas foram transformadas em lojas e outras foram mantidas como nos tempos antigos. Visitá-las é como voltar no tempo.

Torre Daliborka: Localizada no final da Rua de Ouro, esta torre é uma parte remanescente das antigas fortificações do castelo. Ficou famosa por abrigar uma prisão no subsolo. Aproveite para apreciar uma bela exposição de armaduras e armas medievais.

Interior da Igreja de São Nicolau

Terminada a visita, saia novamente pelo acesso principal, a Porta dos Gigantes. Desça pela Rua Nerudova e chegue à Igreja de São Nicolau de Malá Strana, desta vez para visitá-la se sobrou um pouco de tempo à tarde.

Depois, volte pela Ponte Carlos, caminhe até chegar novamente à Praça da Cidade Velha e vá conhecer Nové Mesto.

Provavelmente já estará tarde (não necessariamente noite, pois no verão começa a escurecer por volta das 21h). Mas se tiver pique, vale conhecer um último lugar.

Em frente à Torre do Relógio na Praça da Cidade Velha está a Rua Zelesná. Ande por ela até chegar à Rua Na Prikope (ou Příkopě), que é o Centro Comercial de Praga, ocupada por lojas, restaurantes, bancos e outros edifícios importantes. Pode-se dizer que ela é a divisa entre Staré Mesto e Nové Mesto.

Museu Nacional de Praga

A Avenida Václavske Namestí, que começa na Prikope, é um grande boulevard de 700 metros totalmente ocupado por comércios e hotéis de luxo. Passeie por toda a avenida até chegar à Praça Venceslau. Aproveite para tirar lindas fotos da cidade e também da estátua do Rei Venceslau montado em seu cavalo. A construção ao fundo é o Museu Nacional de Praga, um complexo com vários edifícios que sem dúvida já estará fechado. Mas a vista é bonita. E quem sabe você volta um dia para conhecer melhor esta cidade encantadora.

Aliás, se tiver mais tempo, não deixe de ler nossos demais roteiros: PRAGA EM 3 DIAS e PRAGA EM 2 DIAS.

 

 

Fábio Trindade

Jornalista e viajante profissional @fatrindade

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