Bem-vindo a uma das cidades mais peculiares e fascinantes do mundo. Veneza é o tipo de lugar que sempre ronda os sonhos dos turistas, dos mais viajados aos marinheiros de primeira viagem. E tamanho deslumbre faz muito sentido. Não há nada igual a este município italiano, mesmo que muitas outras cidades adorem ser chamadas de Veneza.
Aliás, são muitas “Venezas” espalhadas por aí: Temos Amsterdam como a Veneza do Norte, Bangcoc sendo a Veneza do Oriente, São Petersburgo a Veneza do Báltico e até Recife a Veneza Brasileira. Bom, nem é preciso dizer que nenhuma se compara à verdadeira e o quão maravilhosa ela é para tantas outras cidades quererem o mesmo título. Afinal, o movimento alucinado de barcos e gôndolas disputando espaço nos canais é ímpar.
Mas antes de turistar por Veneza, aqui vão algumas dicas que podem ser muito úteis durante a visita:
DICA: Os Vaporetti são o principal meio de transporte e as Traghetti são as gôndolas públicas, que servem apenas para atravessar de um lado para o outro do canal. Mas as gôndolas que você usará mesmo são as famosas, pomposas, descritas mais adiante, para um belo passeio. O transporte público, entretanto, não é barato. Um bilhete de 24h de Vaporetto (barco público) sai por 20 euros. Mas não tem o que fazer. Os preços para andar em aqua-táxi são impraticáveis (pelo menos para o nosso bolso).
DICA 2: Apesar de não ser a maneira mais comum, se você chegar a Veneza de carro, terá que parar na Piazzale Roma, basicamente um grande estacionamento e também ponto para os ônibus (caso você precise de um já sabe onde encontrar). Fica bem próxima à estação de trens, cerca de 400 metros.
DICA 3: Não vale a pena ter um trajeto pré-determinado para conhecer a cidade. A melhor maneira de conhecer Veneza de verdade é explorar o labirinto de ruas e canais, se perder e encontrar o caminho de volta. Mas não se preocupe, esta é uma das partes mais emocionantes.
Então, lembre-se: toda vez que você for de um ponto turístico ao outro a pé, o caminho é uma atração também. E sim, vai ter lugares que vai ter um canal na sua frente e você terá que voltar e achar outro caminho.
DICA 4: Se durante a sua estada acontecer a “acqua alta”, quando as marés sobem (são mais comuns de novembro a janeiro, ou seja, no outono/inverno), não encare isso como um fim de passeio. Sim, praticamente tudo estará alagado, mas isso não vai te impedir de ver nada. É algo normal e ela dura apenas algumas horas por dia.
Os hotéis normalmente avisam e até fornecem calçados impermeáveis – você pode levar ou comprar um, caso queira. A cidade também está preparada para esses “eventos”. Passarelas são montadas para permitir o acesso das pessoas e quando a maré baixa, elas são retiradas rapidamente. É um espetáculo à parte!
Dito tudo isso, vamos ao roteiro.
DIA 1:
Comece o dia fazendo um passeio pelo Canal Grande.
CANAL GRANDE: É a principal “avenida” de Veneza. A diferença dela para as demais do mundo é que esta é de água. São cerca de 4 quilômetros de canal e ele atravessa a cidade em quase toda a extensão. Antigamente era o porto de Veneza, que com o passar do tempo teve que ser transferido por conta do movimento.
Ainda assim, o Canal Grande tornou-se a principal via de transporte da cidade. Navegando por ele você aprecia os recantos mais belos de Veneza, pois muitos palácios e belos edifícios estão construídos ao longo das margens.
Um dos mais emblemáticos é a Igreja de São Simão Pequeno, dona de uma abóbada verde e de uma escadaria que chega quase até o canal.
DICA: Os Vaporetti são a melhor maneira de se conhecer o Canal Grande. A linha ideal é a número 1, que o cruza de ponta a ponta, e você pode pegá-la bem em frente à Estação de Trens Santa Luzia.
O passeio é bastante agradável e vai render lindas fotos. Desça na estação próxima à Piazza San Marco.
PIAZZA SAN MARCO: A principal de Veneza e uma das mais queridas da Itália (do mundo?), a praça é formada por dois grandes espaços: a praça propriamente dita e outra praça menor em frente ao mar. A Basílica di San Marco e o Campanário dominam o visual, mas outra construção bastante emblemática é a Torre do Relógio. E você sem dúvida vai conhecer tudo.
TORRE DO RELÓGIO: Trata-se de um edifício com um relógio que além das horas, mostra as fases da lua, os signos do zodíaco e o movimento do sol. No alto está também a estátua do Leão Alado de São Marcos, e bem no topo existem duas estátuas que tocam o sino de hora em hora.
Explore a praça e depois visite a Basílica.
BASÍLICA DI SAN MARCO: O “grande templo” de Veneza, com cinco pórticos e cinco cúpulas é a principal atração da praça e com certeza uma das mais belas igrejas da Itália. Fique de queixo caído com o interior e o aprecie com bastante calma para não perder os detalhes. Repare, por exemplo, na Pala D’Oro atrás do altar, um painel de ouro todo ornamentado com pedras preciosas.
Saindo dali siga para o Campanário.
CAMPANÁRIO: Também conhecido como Torre Veneziana, contém os sinos da basílica (se você conhece Barcelona, já sabe que existem duas Torres Venezianas na Praça de Espanha. Se não conhece, vem aqui ver 😊). Voltando à Veneza e à torre original, suba até o terraço, que por sinal é o ponto mais alto da cidade, e tenha uma vista 360 graus imperdível.
Ao descer, siga para a parte em frente ao mar. O prédio à esquerda é o Palazzo Ducale, mas deixe para visitá-lo amanhã. Chegando à beira mar vire à esquerda e vá até a primeira ponte, a Ponte de Palha. Se estiver lotada não se assuste, é fácil explicar o movimento. Este é o ponto mais tradicional para observar a Ponte dos Suspiros e onde você certamente passará um bom tempo tirando fotos.
PONTE DOS SUSPIROS: Um dos monumentos mais conhecidos e comentados de Veneza. É uma ligação entre o Palazzo Ducale, onde aconteciam os julgamentos, e o Prédio da Prisão, para onde os condenados eram conduzidos imediatamente após a sentença.
Durante o trajeto, a abertura da Ponte dos Suspiros oferecia ao condenado a última oportunidade de dar uma olhada para o mundo exterior, e obviamente todos eles davam um último suspiro de angústia. A prisão era de segurança máxima, e o motivo da eficiência era que se o carcereiro deixasse um prisioneiro escapar, cumpriria a pena no lugar do fugitivo.
Mas calma que você vai ver tudo isso, só não hoje. Termine o dia em um dos pitorescos restaurantes na Piazza San Marco e aproveite para curtir a beleza noturna do local.
DIA 2:
Começando na Estação de Trens Santa Lucia, caminhe para a esquerda e cruze a primeira ponte que encontrar. Esta é Ponte dos Scalzi. Aproveite e conheça de perto a Igreja de São Simão Pequeno, aquela da cúpula verde. Depois siga as placas até a Ponte Rialto.
PONTE RIALTO: O Canal Grande é cortado por quatro pontes, a della Costituzione próxima à Piazzale Roma, a Scalzi próxima à estação, a Accademia próxima à Piazza San Marco, e a Rialto, a única bem no coração da cidade.
Dona de um formato bastante peculiar (parece um V ao contrário) e quase toda coberta, o local está entre os mais desejados pelos turistas – principalmente para fotos. Isso se dá porque bem do centro dela se tem uma vista espetacular do canal e da cidade. Ou seja, aproveite (talvez tenha que esperar até conseguir um espaço livre, mas vale a pena).
Além de servir para cruzar o Canal Grande, a ponte tornou-se um centro de compras, com diversas lojas e barracas dentro dela e ao seu redor. Por ali você vai encontrar quase tudo que estiver procurando em Veneza e também produtos que vem das ilhas de Murano e Burano.
Nós compramos algumas Máscaras (sim, aquelas famosas, de bailes, que estarão em todas as lojas), mas a dica é seguir pela rua após a ponte para encontrar preços mais convidativos.
Terminado o passeio pela ponte siga novamente para a Piazza San Marco. Agora é hora de visitar o Palazzo Ducale.
PALAZZO DUCALE: Em Português, Palácio Ducal, era a antiga residência dos Doges, como eram conhecidos os governantes de Veneza, além de servir como sede administrativa da cidade. O interior é enorme e belíssimo. Você vai precisar de algumas horas para visitá-lo.
E sabe o que é mais legal, durante o passeio você pode cruzar a Ponte dos Suspiros e conhecer também a prisão, com as escadas e celas. Muito interessante, mas um lugar um tanto claustrofóbico, dando muito sentido aos suspiros dos condenados: eram de desespero!
Saia do palácio e vá até onde as gôndolas ficam ancoradas. Contrate um passeio e divirta-se. Muitos dizem que é cafona, clichê e batido. Bom, não caia nessa e passeie sim porque é muito legal. Tanto que vamos explicar um pouquinho sobre isso.
PASSEIO DE GÔNDOLA: Acredita-se que este tipo de embarcação exista há mais de mil anos e, desde sempre, se tornou um ícone no cenário de Veneza. Tanto que até hoje as gôndolas negras em circulação são produzidas e consertadas por artesãos, tudo para manter viva a antiga arte.
O passeio não é muito barato, custa de 80 a 100 euros e dura de 30 a 40 minutos (você terá que negociar). Mas a boa notícia é que o custo é por passeio e cabem até seis pessoas na gôndola, então é possível dividir esse valor. E afinal, como é possível visitar Veneza e não passear nas gôndolas?
Os gondoleiros, com as típicas camisetas listradas e chapéus de palha e fitas, costumam ser simpáticos. Eles até explicam fatos e curiosidades sobre a cidade durante o trajeto. Em alguns lugares, há até congestionamento de gôndolas. Um barato.
Ao retornar, vá até a Torre do Relógio e entre em uma das ruas laterais a ele. Caminhe por toda a região. Conheça as construções típicas e visite as incontáveis lojas de artesanatos, principalmente as de máscaras venezianas – sim, elas estão por todas as partes. Mas tudo bem, porque são lindíssimas. Claro que as mais trabalhadas, com plumas, etc, custam uma fortuna. Mas dá até para encontrar por 20 euros.
O importante é aproveitar ao máximo esta cidade INESQUECÍVEL!
E se tiver um dia a mais, veja o nosso roteiro de 3 DIAS EM VENEZA, onde falamos sobre três ilhas fantásticas que também valem a visita, como Murano, a cidade dos vidros.
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